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Manual de maus costumes

Manual de maus costumes

29
Mai11

Parabéns

jorge c.

Chegou-me esta informação por via de pessoas influentes, nomeadamente a dona da internet, e não queria deixar de mandar um abraço de parabéns ao Pedro Neves dos blogs da Sapo que nunca poderia julgar o que eu faria com esta sua criação e portanto não pode ser culpado de nada. A boa-fé com que o faz, a disponibilidade e a competência impõem que lhe deseje longa vida.

29
Mai11

My own personal cântico negro

jorge c.

Ao fundo, a histeria de campanha. Fico à porta a ver o que se passa, como o homem que chega a uma festa, só de passagem, e tenta dizer qualquer coisa lá para dentro. Cuidado com o barulho! E do outro lado não se ouve e diz-se qualquer outra coisa parcialmente a ver com o tema geral dos acontecimentos. É a conveniência da embriaguez. Desculpem interromper. Volto, então, este Domingo a outras leituras, a outros sons. Passo os olhos nas revistas online que os senhores fazem o favor de nos facilitar. Gosto deste sossego exilado.

Há quem diga que somos um povo alegre por causa do folclore. Outros que somos um povo triste, por causa do fado. Esta indefinição forçada pelos lugares comuns da idiossincrasia popular é muitas vezes reveladora da forma como nos comportamos, como nos relacionamos e como fazemos auto-crítica. É o determinismo do "ai, eu sou assim" e quem disser o contrário não sabe nada, é arrogante, é snob, é demasiado novo, é demasiado velho, enfim, é demasiado qualquer coisa.

Não sei o que os portugueses são, nem me atrevo a traçar perfis generalistas. Sei, no entanto, que há sempre um clima de ressentimento no ar, que alegria muitas vezes é apenas aparato sem profundidade, sem verdadeiro prazer pela harmonia, como quem sorri por reflexo e não por vontade própria. Sei que a tristeza não é muitas vezes senão falta de atenção ou de afirmação, que a rotina e a as suas vicissitudes não são suficientes para uma dor que se tenta vender aos outros, numa vitimização que é quase um distintivo de rua. Porra, toda a gente tem problemas. É a vida! Sei que a cada conversa, a cada discussão, a cada desabafo há um clima de guerra, de se olhar o outro como um inimigo - alguém que nos quer mal, que quer mal - e eu não quero ser maniqueísta.

 

Fico por aqui descansadinho a ler poesia, crazy 'bout my baby.

 

28
Mai11

Um vício

jorge c.

A prisão preventiva aplicada por um tribunal ao arguido gera sempre questões em casos de processos mediáticos. No caso da agressão de duas miúdas a uma terceira, na zona de Benfica, não foi excepção. Não sou um conhecedor profundo do Direito Processual Penal, mas confesso que não encontro razão para grande polémica nesta situação em particular. Na redacção do art. 204º do Código de Processo Penal podemos ler: "Nenhuma medida de coacção, à excepção da prevista no artigo 196º, pode ser aplicada se em concreto se não verificar, no momento da aplicação da medida: (...) c) Perigo, em razão da natureza e das circunstâncias do crime ou da personalidade do arguido, de que este continue a actividade criminosa ou perturbe gravemente a ordem e a tranquilidade públicas."

Ora, pelo follow up deste episódio na comunicação social sabemos que houve receio de represálias na família da ofendida e que isso a terá levado a refugiar-se fora do seu meio. Não sabemos a dimensão do problema real, mas temos, pelo menos, a percepção de que terá havido perturbação da ordem e da tranquilidade pública.

A minha posição relativamente a este artigo e à situação em concreto é que ninguém deve ser obrigado a abandonar o seu espaço familiar e social com base em receios justificáveis ou ameaças efectivas. Se o arguido mantém uma conduta reprovável, indo para além do mero incómodo, a medida de coacção aplicada poderá ser perfeitamente aceitável. É uma decisão do juiz em que temos de confiar.

Desacreditar constante e injustificadamente a Justiça já se tornou um vício de que nos pode custar muito caro.

28
Mai11

Morreu um poeta

jorge c.

Podemos dizer que todos os poetas, no fundo, são revolucionários. Uns mais do que outros. A poesia tem a força que mais nenhuma literatura tem: a de nos marcar o seu próprio ritmo encrostando-se visceralmente na mais profunda das intimidades. O reforço do ritmo e de uma breve nota persistente podem desencadear a libertação, nem que seja de uma pobre alma estafada. Mas, nada mais é preciso muitas vezes que a assertividade do spoken word, mesmo que alcoólico, mesmo que velho e arrastado. E quando um poeta morre essa revolução interior fica comprometida. Não mais lhe ouviremos a prece.

Morreu o Gil-Scott Heron.

 

25
Mai11

A divina providência

jorge c.

A escassez de recursos, enquanto fenómeno limitador da conformação governamental, é uma característica recorrente nas sociedades democráticas e fundamentalmente dos Estados-Providência. Os Estados definem as suas prioridades e gerem os recursos a partir dessa escala mais ou menos consensual. Essa gestão de recursos, de uma forma mais social ou mais liberal, não atenta necessariamente contra essa ideia de Estado-Providência, contra o Estado Social. Isso não corresponde à verdade até porque a alteração das circunstâncias e da realidade sócio-económica obriga a que se definam bem as prioridades.

O dogma do Estado Social como algo perpétuo, rígido e estanque não tem origem na opinião pública. Ele tem origem no discurso político que tenta condicionar as escolhas dos eleitores criando uma falsa ideia de fim da estrutura social e a diabolização de propostas de resolução da escassez de recursos.

25
Mai11

Dedicatória em pasodoble

jorge c.

 

ao filho da puta do Faria, um merdas que nunca entenderá a nobreza. O ressentimento ultrapassa-se na recta final.

 

 

Ao Victor, ao José Júlio, ao Lorca, ao Hemingway, ao Saavedra, ao Barroca (não confundas um objectivo com uma paixão - meu querido amigo que estavas tão errado) e ao Raúl de Carvalho.

Ao Zé e à Isabel. Ao Daniel e à Gena. Ao Mikas.

Ao meu pai, a melhor pessoa que o mundo algum dia verá nascer.

À Rita.

À minha mãe, a minha maior qualidade, tudo aquilo que algum dia serei de melhor.

Aos meus avós.

Ao avô Caica, a minha inspiração platónica.

 

Aos meus nobres amigos:

 vai ficar tudo bem.

 

Aos putos.

 

 

A adversidade é um toiro por correr.

 

 

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