Em cima do joelho
Chegámos à semana de despachar programa sobre o centenário da República. Durante um ano vimos anunciar que o centenário se iria celebrar. Fomos esperando, esperando. Lá apareceram uns livritos muito timidamente, sabe-se lá se feitos ou não à pressa. Na televisão vejo agora uns anúncios sobre umas séries quaisquer. Mas nunca mais soube nada do mastro do Vale do Sousa. O Prof. Santos Silva também anda meio desaparecido, e não só nestas andanças. Também sabemos que se houvesse muita celebração apareciam logo os defensores dos bolsos do contribuinte e a facção monárquica da República de mãos na cabeça.
O que me apetece dizer sobre isto é que estamos prestes a comemorar 100 anos desde o dia em que somos de facto detentores do nosso Estado, todos sem excepção, e que ninguém parece estar muito animado com o acontecimento. Celebrar a normalidade é, também, uma forma de preservar a memória. Mas se é para fazê-lo às três pancadas e sem ânimo então mais vale estar quieto.