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Manual de maus costumes

Manual de maus costumes

20
Jan14

lealdade

jorge c.

Por suprema ironia foi Teresa Leal Coelho, figura próxima do Primeiro-ministro, que em consciência faltou à votação sobre a proposta de referendo aprovada na passada sexta-feira e que se demitiu da direcção da bancada parlamentar. Teresa, leal a Coelho, compreendeu que a sua lealdade deve-se primeiro ao país, à democracia representativa e às instituições democráticas. À jogada mesquinha e perigosa do líder da bancada parlamentar do PSD, com a conivência do presidente do partido, reagiram outro(a)s deputado(a)s com declarações de voto, após votarem favoravelmente por imposição de disciplina de voto, violando assim a sua própria consciência e a lealdade ao povo que representam e que lhes confia a maior diligência no desempenho das suas funções. Ora, por mais incompreensível que seja a imposição de tal disciplina em questões de consciência e não instumentais, exige-se que prevaleça sempre essa lealdade e responsabilidade com a confiança do eleitorado. Não está aqui em causa estar ou não de acordo com a matéria. O que está aqui em causa é repudiar o procedimento.

17
Jan14

referendo? não, obrigado

jorge c.

Confesso que me apetecia mais falar sobre umas declarações ignorantes do ministro da Economia sobre a investigação científica do que do Referendo sobre a coadopção. Porém, um dever moral para com todas as crianças do presente e do futuro do nosso país, obriga-me a dizer qualquer coisa.

Quando o meu primeiro blog individual foi criado, estava a começar a discussão sobre a IVG. Na altura, escrevi que achava um absoluto disparate referendar-se matéria de Direitos Fundamentais. O perigo que isto constitui para a opinião pública é grande, para não falar nas feridas que provoca nos objectos dos referendos. Numa sociedade onde o preconceito é raiz da discussão pública, e não o interesse público, não é sensato deixar nas mãos dos cidadãos a decisão directa sobre matéria relativa a minorias. 

Isto só acontece por cobardia política e, no caso, por má-fé e absoluta ignorância de uma criatura chamada Hugo Soares, a quem ninguém consegue reconhecer competência nestas e noutras matérias, a quem o PSD resolveu dar voz, num total desrespeito pela Assembleia da República e, até, pelos seus próprios colegas de bancada. Liderada por um conservador católico (pelo menos de tradição e talvez nem tanto de espírito), a bancada do PSD está hoje resignada aos valores trogloditas da convivência parlamentar. O descrédito que isto provoca é tal que dificilmente o partido irá recuperar uma parte significativa do seu eleitorado que não se revê nesta fanfarronice. 

Os trabalhos sobre a cadopção estavam, já, num ponto avançado de conclusão. Fazer isto a famílias que esperam por uma decisão para poderem, por fim, consolidar o futuro das suas crianças, é um golpe de uma crueldade e de uma desumanidade - essas sim - muito pouco cristãs.

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