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Manual de maus costumes

Manual de maus costumes

03
Fev12

Responsabilidade Institucional

jorge c.

Vasco Graça Moura decidiu, sabe-se lá bem por alma de quem, que o seu CCB não iria aplicar o novo Acordo Ortográfico. Vamos por partes.

 

Em primeiro lugar, não se trata de estar, ou não, de acordo com o novo acordo. O que está aqui em causa é se existe ou não legitimidade, de alguém que assume um cargo público, para decidir que determinada instituição não aplica uma regra que o Estado assume como estratégica. Imaginemos, agora, que um professor, um médico ou um juiz decidem não aplicar uma regra definida pelo Estado... Pois.

 

Nenhuma convicção pessoal pode subverter aquilo que o Estado, legitimamente representado, define como estratégia política, a não ser a de um governo eleito que decida alterar essa mesma estratégia. Vasco Graça Moura representa uma instituição. Ele não é a instituição. A instituição rege-se por aquilo que o Estado define.

 

Por último, a discussão sobre o Acordo Ortográfico não pode ignorar a relevância que tem uma uniformização de uma linguagem que abrange centenas de milhões de pessoas. Não hoje, em 2012, e num mundo com as características que ganhou. Uma vez mais, podemos estar a favor ou contra. No entanto, é mais do que lógico que, ao desenhar uma estratégia política desta natureza, todas as instituições que representam o Estado sejam coerentes com ela. É a isto que se chama responsabilidade institucional. 

19
Fev11

Tipo

jorge c.
15
Dez10

Sobre o Facebook - um post que me pode trazer tantos dissabores

jorge c.

 

Mark Zuckerberg é o homem do ano, para a Time. Faz sentido. O Facebook é indiscutivelmente um fenómeno global e deu à internet uma nova vida. No meio de todas as redes sociais, esta é hoje a mais concorrida (vamos colocar o YouTube ou o YouPorn noutra prateleira). O mediatismo é tal que até aos cinemas chegou - A Rede.

Mas, o que traz mais o Facebook ao universo virtual, para além da participação?

Acreditou-se que através dos social media a divulgação de informação seria muito maior, tal como a sua acessibilidade. Contudo, hoje, a utilização que vemos ser feita da rede Facebook é sobretudo fútil, desinteressante e vouyeurista. É claro que isto parte da observação da minha página pessoal. Mas dá para perceber, pelo menos, aquilo que o utilizador comum faz de um instrumento com tantas potencialidades. De notar, também, que no Facebook as linguagens misturam-se. Adicionamos amigos, familiares, colegas de trabalho, pessoas que vamos conhecendo de outras redes sociais (blogs, twitter, etc.) ou até mesmo pessoas que não conhecemos de lado nenhum.

Esta particularidade é muito interessante e merece alguma atenção. Quando eu junto num universo virtual pessoas que nunca se iriam encontrar, o mais provável é gerar-se algum desconforto. A linguagem que uso com os meus amigos não é certamente a mesma que uso no meu trabalho. Por isso, mandar para o caralho a Shyznogud, ou ela mandar-me a mim, pode constranger, de certo modo, o meu chefe, ou até a minha mãe. Os amigos da família têm, também, outra linguagem. Mas mais do que estes, as pessoas que conhecemos da internet compreenderão muito mais a nossa linguagem escrita do que muitos daqueles que conhecemos de longa data. Não nos podemos esquecer que aqui usamos uma linguagem escrita e que nem todos conseguem decifrar coisas simples como a ironia (essa criatura tão mal tratada e tão incompreendida por estas bandas) ou nem mesmo deixar de se levar tão a sério. Daí que não faça muito sentido querer reunir o mundo dentro de casa sem qualquer critério. Veja-se, a título de exemplo, o tom de retórica que adequamos a cada espaço e a cada pessoa - ali é para todos.

O que a net nos dá é uma das melhores oportunidades para aprender a filtrar e a ter critérios na selecção de pessoas com quem queremos partilhar informação. Recuperar o passado ou querer observar a vida alheia, para além de fútil, é egoísta, mais egoísta do que este meu comentário que é apenas pretensioso e snob. Para o poder fazer criei um blog (que muitos deles - os amigos - nem fazem ideia que existe porque lêem isto no feed do Facebook e por ali se ficam).

O ruído que hoje existe no Facebook é ensurdecedor: joguinhos e frasesinhas de pacote de açúcar e criancinhas abandonadas, ou cãezinhos, e merdinhas inúteis que dantes apenas nos surgiam pelo e-mail. Todo esse ruído que caía em bloco no mail até ao meio-dia passou todo para lá. É claro que eu não sou obrigado a adicionar ninguém, mas depois acontecia-me isto:

 

 

Não quero com isto dizer que a minha utilização da rede seja melhor do que a dos outros. Bem, em parte... No entanto, parece-me que nem todos estarão conscientes daquilo em que se tornou a internet enquanto navegavam serenamente entre o MSN e o Hi 5. Reduzir a utilização da internet a uma rede social apenas é, no mínimo, pateta.

Num destes dias estava num café com uma amiga. Entretanto, chegou uma miúda. Sentou-se na mesa do lado e abriu o portátil com ele virado para mim. Abriu o Facebook e ali ficou durante todo o tempo em que lá estive. Acredito que para muita gente este seja o procedimento habitual. Isto nada tem de sofisticado. É o sedentarismo dos tempos modernos.

Ainda assim, mérito para Zuckerberg que percebeu bem a coisa.

 

 

A imagem lá de cima é do Jonas por sugestão minha e da outra.

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