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Manual de maus costumes

Manual de maus costumes

17
Jan14

referendo? não, obrigado

jorge c.

Confesso que me apetecia mais falar sobre umas declarações ignorantes do ministro da Economia sobre a investigação científica do que do Referendo sobre a coadopção. Porém, um dever moral para com todas as crianças do presente e do futuro do nosso país, obriga-me a dizer qualquer coisa.

Quando o meu primeiro blog individual foi criado, estava a começar a discussão sobre a IVG. Na altura, escrevi que achava um absoluto disparate referendar-se matéria de Direitos Fundamentais. O perigo que isto constitui para a opinião pública é grande, para não falar nas feridas que provoca nos objectos dos referendos. Numa sociedade onde o preconceito é raiz da discussão pública, e não o interesse público, não é sensato deixar nas mãos dos cidadãos a decisão directa sobre matéria relativa a minorias. 

Isto só acontece por cobardia política e, no caso, por má-fé e absoluta ignorância de uma criatura chamada Hugo Soares, a quem ninguém consegue reconhecer competência nestas e noutras matérias, a quem o PSD resolveu dar voz, num total desrespeito pela Assembleia da República e, até, pelos seus próprios colegas de bancada. Liderada por um conservador católico (pelo menos de tradição e talvez nem tanto de espírito), a bancada do PSD está hoje resignada aos valores trogloditas da convivência parlamentar. O descrédito que isto provoca é tal que dificilmente o partido irá recuperar uma parte significativa do seu eleitorado que não se revê nesta fanfarronice. 

Os trabalhos sobre a cadopção estavam, já, num ponto avançado de conclusão. Fazer isto a famílias que esperam por uma decisão para poderem, por fim, consolidar o futuro das suas crianças, é um golpe de uma crueldade e de uma desumanidade - essas sim - muito pouco cristãs.

05
Jul12

Onde está a ignorância

jorge c.

Todos nós sabíamos que Miguel Relvas era uma pessoa sem estudos. Tal como o são Passos Coelho, António José Seguro, Ricardo Rodrigues, entre outros. Não é preciso nenhum escândalo com Universidades para demonstrar isso. A sua linguagem é, já em si, uma linguagem vulgar, sem conteúdos, pouco ou nada reflectida. É natural que Miguel Relvas não tenha, sequer, durante a sua vida, lido um único livro. É natural que desconheça a utilidade do conhecimento, do debate, a curiosidade científica e a noção de desenvolvimento. 

Porém, Miguel Relvas teve essa oportunidade. Uma oportunidade que poucos têm de, a meio do percurso, cruzar-se com a possibilidade de adquirir mais conhecimento, alicerçar o seu pensamento, reforçar ideias. Desperdiçou-a. 

Por isso, quando acusam Relvas ou Passos de serem neoliberais e de tudo isto resultar da sua agenda política, eu refuto. Passos e Relvas não têm qualquer agenda, nem militam qualquer ideologia. São dois ignorantes, só isso. Pura ignorância. E inconsciência dessa ignorância. Faz alguma pena. Mas mais do que isso, assusta.

20
Nov10

O orgulho da Nação

jorge c.

É claro que se continua a usar o Eça. Como não haveria de se usar?

O Presidente da República vai oferecer um cãozinho de bronze a Obama, em homenagem ao nosso cão na Casa Branca. Luís Amado leva a filha para conhecer o Presidente Americano. É todo um programa. Chego mesmo a pensar que a Cimeira da Nato foi apenas um pretexto para uma visita do Chefe de Estado americano. Ao menos que mandassem fazer um canito de louça das Caldas e sempre estávamos a promover a indústria tradicional.

Podemos perder todos um pedacinho a dizer que somos pequeninos e tal. Mas não adianta nada. Vamos é pensar que temos uma classe política medíocre e que tão depressa isso não vai melhorar.

É na forma como encaramos a política que está parte da resposta a este problema. Perdemos boa gente na política todos os dias e ganhamos saloios que entendem estas situações como ajudas de custo emocional. É triste, só isso. Muito triste.

31
Out10

Tomar partido

jorge c.

Este é o tempo da desorientação. Já ninguém sabe em quem confiar. Há desilusão e quebra de expectativas a cada momento que passa. Falo, claro, em relação à classe política. Sem qualquer vertente ideológica ou interesse colectivo que chame as pessoas para o debate político, a grande maioria já percebeu que há muito pouca gente de confiança. Ainda assim, a tendência é para colocar todo o peso da incompetência e da má-fé sobre o lado contrário. E com isto alimenta-se o pequeno debate político, que não interessa a ninguém.

Tomar partido numa altura destas é um golpe arriscadíssimo. Só por um inenarrável sectarismo se pode fazê-lo. Basta olhar para perceber.

28
Set10

Medíocre

jorge c.

Ouvi de manhã na rádio, logo pela fresquinha, umas declarações deploráveis de Defensor de Moura que, segundo os senhores da TSF, eram da mesma família das proferidas pelo Candidato Alegre. Duas aves raras que assaltaram o espaço mediático sem qualquer qualidade política para o cargo a que concorrem - a Presidência da República. Sejamos claros, estamos perante duas pessoas sem a mínima aptidão para o cargo e cujos votos serão muito forçados pelo adversário mais directo - Cavaco Silva.

Torna-se difícil acreditar que alguém pode votar conscientemente e com vontade em dois candidatos que, perante o clima de dúvida face à aprovação do Orçamento, resolvem dizer que o Presidente está a fazer campanha dissimulada ao convocar os partidos. Isto não passa pela cabeça de ninguém tendo em conta a situação política e o impasse que estamos a viver. Era a obrigação do PR tomar tal atitude.

É certo que o comportamento de Cavaco nos últimos tempos não pode agradar a ninguém. O actual PR não pode adiar muito mais o anúncio da sua candidatura. Poderão alguns dizer que não é a altura para andar a apresentar candidaturas e que há coisas mais importantes a tratar. Confesso que já estamos um bocadinho fartos desta conversa de saco e que se torna evidente para todos que Cavaco Silva é um político demasiado calculista para que se caia nisto muitas vezes.

Mas o que não se pode negar é que, enquanto PR, Cavaco tem feito esforços no sentido de promover o entendimento em matérias que precisam de consensualidade, como é o caso do Orçamento de Estado. Por mais voltas que lhe queiram dar, por mais má-fé que queiram a atribuir às suas atitudes, isto é o que qualquer Presidente faria e que, repito, não é mais do que a sua obrigação.

Se tal não serve para provar o tipo de campanha que vem aí dos adversários de Cavaco, então não sei do que mais precisam.

04
Jul10

Má gente

jorge c.

Continuemos a recordar Sócrates como ele é para evitarmos ao máximo que pessoas como ele cheguem, de novo, ao poder. Todas as histórias por explicar são senão a prova concreta de que a falta de carácter político tem consequências práticas. E esta circunstância da apresentação do livro de Maria de Lurdes traz essa mensagem no bico. Uma mensagem simples que quer apenas dizer "nós continuamos a acreditar neste disparate e só mudámos de ideias para não perder eleições".

Portanto, é muito agradável quando o eleitor - qual cliente enganado na feira - percebe que o grande ímpeto reformista e corajoso desaparece, mesmo depois de uma atitude intransigente que gerou um desconforto social profundo. O que realmente importa é não perder a figura. Hoje diz-se uma coisa, amanhã outra. Deixou de valer a convicção e a política é agora um jogo de votos em que se ganha e se perde. Má gente.

28
Jun10

Aquilo que é mesmo óbvio

jorge c.

Depois de mais uma sondagem que revela maior intenção de voto no PSD, começamos a pensar naquilo que poderia hoje ser um PSD no governo. Não nos seria difícil adivinhar, para além do spin abrantino que já se faz, o estilo que seria usado por muitos. Andar-se-ia na linha dos Candais e dos Santos Silvas.

Não gosto muito de entrar em polémicas directas com as pessoas à custa do seu estilo. Mas, neste caso específico, vemos uma pessoa rancorosa, maldosa, mal-educada, sem qualquer espírito democrático, com fortes probabilidades de chegar a um ministério. Para já não falar na linguagem fanfarrona. Portanto, julgo ser importante apontar o dedo a este género de afirmações que vão definindo o carácter político deste ex-Secretário de Estado do Engº Guterres.

É claro que não vou envolver o próprio Passos Coelho neste tipo de declarações. Mas depois não se queixem dos amigos e dos familiares - gordos ou magros.

21
Jun10

Conversa de Verão

jorge c.

Já se percebeu como vai ser este Verão. Cavaco vai de férias, Sócrates vai de férias e os portugueses também vão de férias. Até os desempregados vão de férias. Vai toda a gente de férias, excepto Passos Coelho e os copy's que brincam à política nos seus gabinetes. Passaremos o Verão inteiro a ver declarações e mini-comícios, a assistir a um elenco de "ideias para Portugal", "algumas soluções que julgamos serem necessárias para a resolução deste problema estrutural que estamos a viver". No fim, "temos que crescer".

 

A fórmula é conhecida. Os gabinetes em vez de estudar dossiers para identificar a má política e construir uma solução com consistência, andam a fazer de criativos da política a arranjar soluções irreflectidas e muitas vezes despropositadas para depois o líder passar por aquele que apresenta propostas. É uma nova forma de populismo que Sócrates já tinha utilizado e que resultou. Basta lembrar as suas intervenções enquanto deputado e a sua atitude enquanto PM. É aí que se avalia o populismo, e é aí que se aprende a não cair na mesma cantiga.

 

Vivemos tempos complicados mais pelas más alternativas polítcas que temos a um mau governo do que pela situação financeira. A escolha não é fácil.

11
Jun10

O fundo

jorge c.

Já aqui disse algumas vezes que não é a pessoa que ocupa o cargo de Primeiro-ministro que deve ser defendida incondicionalmente, mas sim o cargo em si mesmo.

José Sócrates blindou-se desde muito cedo com a história dos ataques pessoais, lembrando um pouco aquela psicologia de liceu em que qualquer crítica que se faça a outrém é pura inveja. O sectarismo fez o resto. Tratou de identificar alvos específicos que, sempre que apontassem uma crítica, seriam logo trucidados pelos cães de fila. Estarão certamente recordados da célebre expressão de Santos Silva do "malhar".

Pois bem, é esta ideia do "malhar", do dogma do líder, da incontestabilidade, que provoca parte da má política. O interesse que deveria ser nacional é reduzido para o campo partidário ou até mesmo pessoal. Relativiza-se tudo e tudo serve como causa de desculpabilização. É um espectáculo triste que muita gente nem vê.

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Jorge Lopes de Carvalho mauscostumes@gmail.com

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