A ler
Este excelente post de Carlos Loureiro sobre a inenarrável petição do Correio da Manhã, que também sugere esta leitura.
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Este excelente post de Carlos Loureiro sobre a inenarrável petição do Correio da Manhã, que também sugere esta leitura.
A especulação no âmbito criminal é, pela fragilidade de conteúdo, o disparate dos disparates da opinião pública. É sabido que na descoberta da verdade material não cabe a especulação e que só através da prova lá podemos chegar. Até agora ainda não vi ninguém que, a propósito de um homicídio mediático, não se limitasse a especular sobre o crime e a sua natureza. Um vício do morto.
A abolição da pena de morte foi uma conquista civilizacional, uma evolução na forma de encarar o direito penal na Europa Ocidental. Não quero com isto dizer que não entenda as diferentes formas de o encarar noutras culturas, mesmo que muito próximas da nossa - os EUA, por exemplo. No entanto, insisto que a abolição da pena de morte é uma evolução no pensamento e atitude civilizacionais.
Justificar a abolição não é uma tarefa fácil num mundo que compreende mais a Lei de Talião do que os princípios básicos da equidade e da dignidade humana. Explicar por que razão tirar a vida a alguém por crime cometido não é um fundamento lógico numa sociedade organizada e com pretensões de criar um ambiente de paz social é praticamente inútil. Daí que assinalar uma data, sair à rua e dizer "Não" seja uma atitude dogmática que talvez não me importe de adoptar.
Uma coisa é certa, sinto-me confortável por viver num país que admite em primeiro lugar, em matéria penal, a vida como interesse supremo.
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