E há quem diga que nunca foi boa, a canção de Lisboa
7 anos passados de uma das maiores canalhices de que há memória na política portuguesa, esta história regressa agora contada por quem nela participou. 7 anos, já viram?
"Foi um amigo que me contou. Sei de fonte seguríssima, uma pessoa insuspeita. Isto sabe-se há imenso tempo, é público. Conheço uma pessoa que trabalha dentro da secretária dele que me garantiu que isto era a mais pura das verdades".
Nada melhor do que este cenário na coutada do macho ibérico sempre zeloso pelo conforto de rabiosques com curva para um final feliz e sempre atento à paneleiragem que nos suja as ruas com o deboche que determina a incompetência. Nada melhor para a velha Lisboa, a "vida da outra sussurrada entre os dentes" como na canção estafada de Jorge Palma. Entre um horóscopo ou outro lá salta um boatozinho sem querer. Mas ninguém quer ser apanhado a mentir, por isso há que dar credibilidade apresentando uma espécie de avalistas fidedignos sem ter de passar pela Consertvatória, pessoas que nunca chegaremos certamente a conhecer mas cujo estatuto desenhado pelo nosso boateiro não deixa margem para dúvidas. Em último recurso saltará um desesperado "eu vi!" e acabou a conversa. Que é lá isso, pôr em causa a palavra de um amigo? É a sua honra que está em causa!
A honra. Sempre a nossa, nunca a dos outros. E é precisamente por saberem isso que os marketeiros lançam a carne aos cães que, pouco treinados, nem olham para a sua origem. No supermercado não perdem a oportunidade de ver se o iogurte está em cima do prazo, sempre pode ser que se arranje um descontozinho. Agora, a dignidade e a honra de terceiros? A origem, a validade, são coisas que só reconhecemos por interesse e nunca por princípio. É a vida, amanhem-se.