28
Mai11
Morreu um poeta
jorge c.
Podemos dizer que todos os poetas, no fundo, são revolucionários. Uns mais do que outros. A poesia tem a força que mais nenhuma literatura tem: a de nos marcar o seu próprio ritmo encrostando-se visceralmente na mais profunda das intimidades. O reforço do ritmo e de uma breve nota persistente podem desencadear a libertação, nem que seja de uma pobre alma estafada. Mas, nada mais é preciso muitas vezes que a assertividade do spoken word, mesmo que alcoólico, mesmo que velho e arrastado. E quando um poeta morre essa revolução interior fica comprometida. Não mais lhe ouviremos a prece.
