"we need a little controversy, 'cause it feels so empty without me"
Não sei o que terá passado pela cabeça criativa do departamento de marketing e comunicação da Música no Coração para ter esta ideia peregrina. "Ah, afinal era só uma brincadeira do 1 de Abril".
Uma empresa não pode apresentar um produto, sabendo que não o tem, e vir depois dizer que foi uma brincadeira. As empresas não brincam ao 1 de Abril. Até no mundo das notícias, a brincadeira do Dia das Mentiras pode sair cara. Numa empresa nem sequer deve ser uma opção. No entanto, houve ali um génio qualquer que achou que ninguém levava a mal. Acontece que, quando um produto está a venda, corre-se o risco que seja comprado. O convite a contratar e a aceitação reúnem-se no mesmo momento, pelo que se torna imperativo que toda a informação sobre o produto seja objectiva e - veja-se lá bem - verdadeira.
Todo este episódio é de uma monumental imbecilidade. Uma estupidez tão grande, tão grande, que merece um castigo severo. O bom da lei é que ela é, grande parte das vezes, anti-estúpidos. E, portanto, seria aconselhável que aqueles que foram defraudados levassem este caso até às últimas instâncias não deixando a sua pretensão pela simples devolução do dinheiro. As empresas têm de aprender a respeitar os seus stakeholders. Isto é válido para a própria TMN que, a esta hora, já devia ter tomado uma posição, se já não tomou.
Mas, o maravilhoso em tudo isto é o artista escolhido. Eminem é um artista que ataca a falta de consciência crítica. A falta de cultura que advém desta macacada é tal, que os seus autores acabaram por praticar, inconscientemente, o comportamento que o próprio Eminem condena, muitas vezes. Oh, a suprema ironia!
Quem se deve estar a rir disto tudo, agora, é Álvaro Covões. Mas, o que agora sabia bem, era ouvir isto:
Adenda: Uma forma original e não fraudulenta de fazer as coisas, no Dinheiro Vivo.