por una cabeza
Deus e o Paraíso explicado aos medíocres por JPB.
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Deus e o Paraíso explicado aos medíocres por JPB.
Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que era inadmissível a Telefónica não ter falado com o governo português antes de accionar a proposta sobre a Vivo. Para Marcelo qualquer empresa portuguesa ou estrangeira faria isso aos governos envolvidos tratando-se de sectores estratégicos. Apesar de, à partida, parecer uma palermice, Marcelo tem razão numa coisa: o governo português não tem força nem se impõe lá fora. Porque, no fundo, andou sempre a saltar de intenções. Ora pretende um mercado livre e dinâmico ora está preocupado com os sectores estratégicos e deita-lhes a mão. O mercado não tem paciência nem para estas hesitações nem para as ego trips socialistas. Por isso perdemos todos com o sarrabulho que tudo isto provocou. Anda-se a brincar com coisas sérias.
Sim, já todos sabemos que os salários da função pública serão reduzidos.
Continuemos a recordar Sócrates como ele é para evitarmos ao máximo que pessoas como ele cheguem, de novo, ao poder. Todas as histórias por explicar são senão a prova concreta de que a falta de carácter político tem consequências práticas. E esta circunstância da apresentação do livro de Maria de Lurdes traz essa mensagem no bico. Uma mensagem simples que quer apenas dizer "nós continuamos a acreditar neste disparate e só mudámos de ideias para não perder eleições".
Portanto, é muito agradável quando o eleitor - qual cliente enganado na feira - percebe que o grande ímpeto reformista e corajoso desaparece, mesmo depois de uma atitude intransigente que gerou um desconforto social profundo. O que realmente importa é não perder a figura. Hoje diz-se uma coisa, amanhã outra. Deixou de valer a convicção e a política é agora um jogo de votos em que se ganha e se perde. Má gente.
Nunca gostei de joguinhos de cartas. Prefiro gastar o meu tempo com o dominó ou com o xadrez. São opções, claro. As cartas sempre me pareceram jogo de putas.
Na boca de Manuela Ferreira Leite estas palavras teriam sido entendidas como salazarentas, reaccionárias e sabe-se lá mais o quê. Aqui está um bom exemplo de como vivemos durante 2 anos no período de maior desonestidade intelectual. É claro que sempre que o referi mudava-se o bico ao prego e passava a ser eu o mau elemento que partia para o insulto. Ora, quando uma realidade é evidente, quando a mentira está à frente dos nossos olhos, não é um insulto, é um facto. E esse facto é que tem de estar em discussão e não o suposto insulto.
Mas, deixemo-nos de queixinhas.
Ao accionar a golden share na PT o Estado está a bloquear a natural dinâmica do mercado. Ao fazê-lo - de forma legítima, claro - o Estado está ao mesmo tempo a dar uma lição de filosofia política àqueles que falam em políticas neoliberais. Portanto, se o Estado mete a pata, o neoliberalismo é uma peta. As suas políticas nunca conhecem a conclusão desejada para que esse sistema funcione plenamente. Parece-me até um pouco estranho ter de explicar isto. Mas a desonestidade intelectual e a influência demagógica da esquerda sobre os menos informados tem sido tanta nos últimos anos que se torna necessário reafirmar e insistir nestas questões básicas.
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