O fim do sonho
Não irei dizer nada de novo neste post. Venho apenas reforçar o que tenho dito nos últimos dois anos e meio. Depois de tudo o que se disse, de todos os avisos sobre o estado das contas públicas, do irrealismo do Governo, da necessidade mais do que evidente de acautelar a despesa, de uma forma absolutamente intolerável e pornográfica, há quem não tenha vergonha e venha defender a governação do Engº Sócrates. É de um desplante sem nome.
O país recebe com tristeza a austeridade do novo plano de reequilíbrio das contas. A verdade é que a necessidade destas medidas é inegável. O que se deve, portanto, discutir é toda a ilusão que o Governo socialista andou a vender durante os últimos anos. Não, as coisas não estavam bem, a crise não tinha acabado, as empresas não tinham capacidade de resposta por falta de medidas preventivas da recessão e o grande investimento público deveria ter sido suspenso. Agora, vai tudo. Parece que os catastrofistas, os alarmistas e toda essa gente do lado do mal tinha alguma razão para recear um tempo em que estas medidas tivessem de ser tomadas. Quem paga somos todos, não é o vizinho do lado. Mas a vitimização e os atestados de ignorância soam sempre melhor a quem julga viver num lugar transcendente onde tudo é possível se fecharmos os olhos e fizermos muita força.