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Manual de maus costumes

Manual de maus costumes

23
Out10

As mil formas de fazer um ponto

jorge c.

Tive um treinador que nos dizia que há mil formas de fazer um ponto. O nosso objectivo era descobri-las e reinventá.las para surpreender sempre o adversário. Nessa altura, o pavilhão enchia aos fins-de-semana, ouvia-se cantoria das bancadas e choviam moedas em direcção ao árbitro. A Académica* discutia resultados ao mais alto nível e isso reflectia-se nas camadas mais jovens que idolatravam os seus seniores. Ah, e havia um factor fundamental no meio disto tudo: as miúdas do vólei são sempre as mais giras.

O que falta às modalidades, hoje, é esse entusiasmo. O entusiasmo não existe sem formação de públicos, resultados e muitos miúdos.

O que a Sarah Saint-Maxent está a fazer nesta crónica semanal é, por isso, de louvar. Promover uma modalidade numa região onde uma equipa e uma escola de formação são quase uma miragem é uma tarefa hercúlea. Acresce a tudo isto o prazer com que estas crónicas são escritas, como se estivéssemos a falar de uma prática desportiva bem reputada por estas bandas. O que a Sarah está a fazer, portanto, é uma das mil formas de marcar um ponto, esforçando-se por se reinventar todas as semanas.

A seguir, de perto, todas as sextas no blog do programa Minuto Zero.

 

 

*Associação Académica de S.Mamede

20
Out10

Anda-se muito distraído

jorge c.

É perceptível naquilo que escrevo sobre Passos Coelho que não simpatizo com a sua persona política. No entanto não o subestimo. Tal como Sócrates, Passos é um homem das maroscas eleitoralistas que envolvem os partidos nas suas bases e que alimentam as máquinas das concelhias e distritais. Portanto, nem é ingénuo, nem tampouco burro.

Aqui, neste preciso momento, podemos verificar isso mesmo. O PS andou semanas a colocar a pressão do lado de Passos Coelho. Os mais distraídos não terão reparado na calma do líder do PSD. É que, agora, depois de todos os apelos, o PSD consegue colocar o ónus da responsabilidade da aprovação do OE no Governo.

É uma jogada política? É, claro. E muito bem feita, por sinal.

18
Out10

Esquizofrenia

jorge c.

Neste momento existem dois Partidos Socialistas. Um é consciente e sabe que tem de apelar ao diálogo e à discussão de ideias para não atirar o país para um buraco ainda maior. Esse é o partido de Francisco Assis.

Depois há o partido de homens das cavernas da políticas, gente muito próxima do Primeiro-ministro, aliás, que prefere fazer o contrário daquilo que a outra parte do partido apelava.

Este PS está mais parecido com o PSD do Dr. Menezes do que com outra coisa qualquer.

18
Out10

Os trunfos de Passos Coelho

jorge c.

O Dr. Passos Coelho tem a sua vida planeada. Na sua aparente indecisão sobre a aprovação do OE, ele obriga o Governo a negociar e admitir cedências num campo que lhe vai valer muita simpatia por parte do eleitorado. Quer-me parecer que esta aparência descarada quer mesmo levar o eleitorado a perceber que Passos está a pressionar o Governo.

Isto acabará por se traduzir numa vitória do PSD em todo este cenário e num enfraquecimento do PS. É que não bastava o líder do maior partido da oposição ter dado a entender que José Sócrates faltou à palavra nas negociações que ocorreram entre os dois, como também aparecer agora a trunfar sem dar hipótese ao Governo.

Há muita carta para bater. Veremos como tudo isto desenvolve, mas para já Passos Coelho, naquilo que a ele e ao PSD diz respeito, parece estar bem encaminhado.

16
Out10

Um pedido

jorge c.

Tenho esta dúvida que não me sai da cabeça. Se o Governo reconhece uma crise e se conhece as pressões orçamentais da Europa, por que razão - expliquem-me, por favor - insistiu num positivismo que, a avaliar por este orçamento, não fazia qualquer sentido? É uma questão simples. Se me puderem esclarecer, aqueles que têm estado do lado do Governo, eu agradecia. Há aqui uma caixa de comentários... sintam-se à vontade.

16
Out10

Estamos todos tão cansados

jorge c.

É a maior trapalhada orçamental dos últimos 25 anos, certamente. Depois de 5 anos a convencer o país que o programa do PS era um tratado de progresso, Sócrates conseguiu desresponsabilizar-se da sua ilusão, convencer uma série de pessoas de que isso está correcto e ainda colocar o ónus da responsabilidade na oposição. É, de facto, a maior aberração política dos últimos 25 anos, certamente.

Depois de centenas e centenas de avisos sobre o risco de endividamento, depois de centenas e centenas de avisos sobre o risco de um défice excessivo, depois de centenas e centenas de avisos sobre a fragilidade do investimento, aí está o Orçamento de Estado a fazer os contribuintes pagarem a cegueira e a arrogância do Governo de José Sócrates.

Perdão, estarei certamente a atacar pessoalmente os elementos do Governo e a ser demagógico. Claro. 5 anos nisto. Estamos todos tão cansados.

14
Out10

Um atleta

jorge c.

Kelly Slater venceu o Rip Curl Pro Portugal. Aos 38 anos, o surfista da Flórida continua a ser, para mim, um exemplo de atleta. Manobrar uma prancha não é uma tarefa fácil. Há quem passe anos a tentar atingir uma execução técnica perfeita. Mas Slater já o fazia aos 16 anos e desde então tem aproveitado para se divertir.

 

14
Out10

Uma nova aurora

jorge c.

Quando Guevara chegou ao Chile viu uma América Latina diferente mas com muitas semelhanças. Talvez por isso tenha confundido aquilo que é uma proximidade cultural com patriotismo (no seu caso, um conceito muito mais amplo e extensível a toda a América Latina).

Hoje, pela manhã, enquanto ouvia os mineiros chilenos a cantar o seu hino ("Puro Chile...") julgo ter sentido o mesmo que Guevara - que Deus Nosso Senhor me perdoe - quando se apercebia que as pessoas gostavam mesmo da sua identidade e que o amor pela Pátria era o da sua vontade de uma Pátria melhor para todos. Este sentimento eu compreendo. Ele reflecte uma identificação com o meio e uma necessidade de o preservar e desenvolver.

Os símbolos da Pátria são as marcas de uma pertença. Mas mais do que isso são a certeza de um objecto. Quando ignoramos os símbolos ou os desprezamos é sinal que perdemos o amor próprio, que já não sabemos distinguir entre o que é a Pátria e aquilo que fazem dela. Pela madrugada, enquanto saíam os últimos mineiros, entoou-se o hino do Chile porque, apesar de uma certa desumanidade, aqueles latino-americanos, como a grande maioria dos outros, têm um orgulho imenso na sua identidade e na sua nacionalidade. Ao saírem maravilharam-se com uma nova aurora.

Chesterton escreve em Tremendas Trivialidades: "O mundo nunca morrerá à fome por falta de maravilhas, mas apenas por falta de se maravilhar". Compreendo que haja hoje, em Portugal, gente cansada e desgostosa. No entanto, que não confundamos aquilo que é a Pátria com aquilo que fazem dela. Não nos deixemos morrer por falta desse deslumbramento.

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