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Imaginemos que uma cidade se reflecte num rio largo e todas as pessoas se conseguem ver como num espelho. Imaginemos agora que essas pessoas se conseguem rir de si próprias de uma forma melancólica e de se verem a si e aos outros. Imaginemos também que esse reflexo quase cínico nos faz - isso mesmo - imaginar palavras e sons e cores e formas de outras cidades, de outras pessoas iguais a nós com outra forma e outra cor e outro som e outras palavras.
De repente, numa espiral de emoções e pensamentos cruzados, acordamos, é fim de tarde em Lisboa e estamos sentados no Jardim de Inverno do S.Luiz a ver Andrew Bird de olhos fechados a balouçar ao som de The night they drove old Dixie down, de violino na mão pronto a cantar-se e a contar-se. E a cidade parece fazer um pouco mais de sentido.
Ao Rui Tavares e ao Paulo Pena.
Um dos argumentos favoritos dos socratistas durante este período de Governo socialista era o de que Sócrates era determinado. Várias vezes repeti que a determinação não era um programa político. E como crianças convencidas que os adultos só querem chatear, alguns amigos meus olhavam para o lado como quem diz "está bem, abelha". Agora andam aí, enrascados com argumentos rebuscados. É um espectáculo deprimente.
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