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Manual de maus costumes

Manual de maus costumes

24
Dez10

Conceição Virginal de Jesus

jorge c.

"Ora, a origem de Jesus foi assim: Estando Maria, Sua mãe, noiva de José, antes de habitarem juntos, notou-se que tinha concebido do Espírito Santo. E José, Seu esposo, sendo justo e não querendo denunciar publicamente, resolveu repudiá-l'A em segredo."

A seguir a isto vem um anjo que confirma a história ao carpinteiro e fica tudo bem. Portanto, ter fé, no fundo, é acreditar que a probabilidade disto ter acontecido é muito grande. Complicado... Quer dizer, também há gente que acredita que o homem foi à lua e ainda filmou tudo...

Mas a coisa vai lá com esforço e sacrifício porque, no fim de contas, queremos todos que isto fique tudo bem com muito amor, unicórnios, anões e pombas brancas. E desejar um Feliz Natal é isto, no limite.

23
Dez10

O mercado da opinião

jorge c.

E você, qual o indicador económico mais favorável à sua doutrina? É escolher, à vontade do freguês! Surpreenda os seus amigos com um gráfico nunca antes visto. Atire-lhes com dados nunca revelados. Neste Natal marque a diferença.

22
Dez10

Ignorância 3.0

jorge c.

Depois do fracasso da já tão falada lei Sinde que vinha propor o bloqueio de sites que permitissem downloads ilegais, é agora a vez do Governo português dar um arzinho da sua graça através do competentíssimo IGAC.

O problema que se coloca é o seguinte: a pirataria é um entrave à promoção legítima dos conteúdos culturais. Certo. Mas, será que o caminho certo é atacar? Ou será antes que o caminho é arranjar alternativas que cativem as pessoas, que as levem a consumir? Ou será que o caminho é rever a tributação sobre produtos culturais para incentivar ao consumo? E que tal o Estado combater a utilização de conteúdos web nos media tradicionais de forma a incentivar a criação de conteúdos e estimular a concorrência e a melhor definição dos instrumentos de divulgação? E que tal pensar em evolução em vez de pensar apenas numa lógica de proibição? E já agora quem é que no IGAC está capaz de falar de comunicação e divulgação? O que tem feito o IGAC pela promoção dos produtos culturais nos espaçoes públicos? Combateu a tributação? Ajudou os pequenos empresários que divulgam actividades culturais e que as tentam produzir?

Por outro lado temos os artistas. Eu compreendo que os artistas vejam na pirataria um inimigo. Mas o que têm feito os artistas para combater a pirataria arranjando alternativas aos seus públicos? Que utilização e que inovação fizeram da sua linguagem de comunicação? Qual a sua abordagem da web e das suas ferramentas?

São só umas questõezinhas.

22
Dez10

none but ourselves can free our mind

jorge c.

Logo à noite, os Clash City Rockers sobem ao palco para o seu concerto anual de homenagem a Joe Strummer. Porquê? Porque a memória é para se alimentar, nem que seja por 2 ou 3 concertos por ano, e o futuro escreve-se com ela - a memória do que podemos ser. Hoje, na Tertúlia Castelense é isso que se vai fazer com o máximo de rock possível.

 

22
Dez10

A merda - mais uma indignação musical

jorge c.

A modinha dos tributos a gente morta tem que se lhe diga... Mas, enfim, não é para falar de ganhar dinheiro a partir da falta de gosto e critério alheios que estamos aqui reunidos.

Já tinha reparado no disco Zeca Sempre. Ignorei. Mas há uns dias, uns amigos disseram-me que existia um vídeo com o single "O que faz falta". Aparentemente, os artistas e a produção acharam natural que, logo no segundo verso, se censurasse a palavra merda. Ouvimos todos bem: num disco de tributo a Zeca Afonso - uma das figuras que mais lutou contra a censura e a quem deveríamos agradecer todos os dias - censura-se uma palavra. Fui confirmar (confirmem lá) e era mesmo verdade.

Vale a pena discutir isto. Porque este higienicismo da linguagem, esta hipocrisia que esmaga toda uma cultura é que é o palavrão. Merda, caralho, foda-se são palavras maravilhosas ao pé da censura higienicista. Mas, num país de tributos comerciais a gente morta prefere-se a aparência e a mãozinha à frente da boca do que a expressão de indignação e revolta. Aponte-se o dedo a esta gente e humilhe-se esta miserável existência que é estúpida e que nos quer estupidificar limpando aquilo que em nós é genuíno e honesto.

 

Quando a música que te dão sabe a merda o que faz falta é avisar a malta, é o que faz falta.

 

21
Dez10

Ensaio sobre a acefalia

jorge c.

Acabo de chegar da grande loja dos franceses de onde trouxe "Band of Joy" - o segundo melhor disco deste ano - do Robert Plant e "Com que voz" - a edição remasterizada do magnífico disco de Amália. Sou aquilo a que se pode chamar um cidadão feliz e completo.

Por entre os corredores da loja e por todo o centro comercial lá se iam ouvindo as músicas de Natal e vendo as colectâneas medonhas. Mas, mesmo dentro desse universo há algo ainda mais estranho que todas as outras surrealidades: uma música que há anos marca presença nestes discos da época - Last Christmas.

Não irei fazer um ensaio sobre o Last Christmas. Por Deus, deixo isso para os fãs de George Michael e do outro gajo dos Wham!. Venho apenas chamar a atenção para o facto de Last Christmas ser uma música sobre dor de corno e, portanto, ter muito pouco de natalício. O simples facto de ter a palavra Christmas não faz dela uma música de Natal. Parece estranho, não parece? Mas é mesmo possível que assim seja e que você, cidadão, esteja apenas a ser um atrasado mental que não compreende, nem quer compreender, o conteúdo das músicas patrocinando uma paranóia acéfala que são "as músicas de Natal".

Não tenho nada contra canções de Natal e músicas da época. Mas já me irrita que se seja estúpido a este ponto.

20
Dez10

Tempo livre

jorge c.

Escrevi este post há umas semanas. É claro que isto é apenas um estudo e valerá o que vale. A verdade é que existe aqui matéria para reflexão e para aviso. Como disse, a carga horária e a calendarização das actividades sócio-culturais não são compatíveis. E muitos mais factores são influentes nesta matéria: o arrendamento, os transportes, etc. Estamos melhor do que há 40 anos? Ai, estaremos certamente. Mas temos que melhorar estes instrumentos de qualidade de vida porque numa sociedade que precisa de produzir  para crescer economicamente será bastante estúpido e estéril não haver gente com tempo para aproveitar e consumir.

20
Dez10

Perdas de tempo

jorge c.

Não foram tanto os debates que lançaram o debate presidencial, mas sim a falta de assunto. Calhou tudo bem. Mas esta eleição já está condenada no interesse que possa suscitar desde o início. É que em democracia devemos fazer valer uma proposta política e o que está a acontecer, e irá piorar nas próximas semanas, é o ataque directo a Cavaco Silva. Quando a intenção de voto toma esta forma, sabemos que a qualidade da democracia é baixa e a culpa não é, obviamente, apenas do alvo. Mas também podemos notar a desvalorização da eleição, tanto neste aspecto da irrelevância da escolha desde que não seja aquele, como na atenção propriamente dita que lhe estamos a dar. Vale, então, a pena discutir alguma coisa?

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