Onde mora a crise
O Sr. Primeiro-ministro de Portugal, envolvido involuntariamente numa divulgação de escutas, resolveu fazer aquilo que o bloco central faz de melhor: o oposto do seu antecessor, para efeitos de moralismo.
Assim, pediu a publicação dessas escutas. Corajoso, Pedro Passos Coelho preferiu optar pelo papel dos homens corrompidos de Haddleyburg, numa mise en scéne egocêntrica, do homem que não teme. Preferiu isso a ser Primeiro-ministro de Portugal e apelar ao cumprimento cabal da lei, à conservação do Princípio da Separação dos Poderes, ao respeito pelo segredo de justiça e ao combate ao justicialismo.
Em rigor, PPC é um político ignorante, sem cultura democrática, que desconhece as instituições e a virtude das mesmas. É um homem que desconhece as regras do Serviço Público e que se confunde com o poder, numa dinâmica que diz mais ao autocracismo do que à democracia.
Não é uma coisa da esquerda ou da direita. Nunca foi isso que esteve em causa.