O desafios de Rui Moreira
A eventual candidatura de Rui Moreira à Câmara Municipal do Porto deixa a cidade a respirar um pouco de alívio e o PSD num grande sarilho.
Para já, Rui Moreira tem o apoio inequívoco de grande parte do eleitorado de Rio e terá, muito provavelmente, um efeito positivo num espectro político amplo, podendo ir buscar retorno, até mesmo à esquerda.
Porém, não conhecendo a estratégia de Moreira, corre-se o risco de criar uma expectativa tão alta, que a desilusão pode ser devastadora, tal como aconteceu ao próprio com Fernando Nobre, se a memória não me falha. É que Moreira não é um político. E como todos sabemos, os cargos políticos devem ser ocupados por pessoas que não tenham qualquer prurido com a designação e funções, algo frequente nos independentes que, por qualquer deficiência cognitiva, acreditam no seu valor supra-político. No fim, como sabemos, acaba tudo em auto-destruição da candidatura.
Outro desafio que se coloca a Rui Moreira chama-se Luís Filipe Menezes. Será que Moreira está pronto para receber os ataques miseráveis de Menezes, o ruído de campanha, o populismo, a falta de educação, o não-debate e todas as mesquinhices que Menezes vai dizer ao longo dos próximos meses? É uma prova a que poucos se prestariam. Menezes é aquele tio bêbado, dos encontros de família, que aparece sem ser convidado e insulta a família toda mas, já ninguém tem coragem de o pôr no sítio porque a vida já dá chatices suficientes para nos estarmos a inquietar com um tolo.
Ainda assim, a questão que Rui Moreira terá de se colocar a si próprio é outra. Estará pronto para ser presidente da mais extraordinária e identitária cidade portuguesa?