Os pontos nos i's
Sejamos claros: o que está em causa não é um aumento de impostos. Num Estado-providência que precisa de se equilibrar em tempos de crise, o aumento da receita é sempre a solução mais provável. O problema está, isso sim, na cegueira do governo durante dois anos. Lembremo-nos de Manuel Pinho e do fim da crise. Sócrates e a comitiva, sôfregos por obra feita, não quiseram ouvir os alertas de precaução dados por muita gente e agora não lhes resta outra alternativa que não furar o programa de governo, aquele em que votaram os portugueses.
Mais uma vez, a Dra. Manuela Ferreira Leite avisou. Era essencial há dois anos termos tomado medidas rápidas e eficientes para resolver o problema das PME's de maneira a estas poderem responder e combater a recessão. Isso não foi feito. O governo continua a preferir culpar o exterior e não assume qualquer responsabilidade do falhanço da sua política e vai exigir aos portugueses ainda mais. Não basta a taxa de falências e de consequente desemprego. Não basta a baixa de consumo e de produção. Seremos sempre nós os primeiros e únicos responsáveis por tudo. Seremos nós a pagar, sempre. Como diz a outra: habituem-se. Queixem-se do Papa - "é um remédio".