As fronteiras do debate de ideias
A propósito dos comentários a este post pus-me a pensar sobre o tipo de discussão que pode existir na blogosfera. Haverá algum código que nos impeça de discutir determinado tipo de assuntos? Haverá algum timing para discutir política?
Pensei então nas relações pessoais. São algumas as pessoas que conheço detentoras dessa dádiva divina que é um blog. Discordo de muitas delas - da maioria, suponho. Isso não faz com que não discuta com agressividade determinado tipo de matérias. Não faz com que evite chamá-las à atenção quando dizem disparates. Porque toda a gente diz disparates. Faz parte.
Da mesma forma não faz sentido evitar criticar qualquer blogger só porque este me faz uma referência simpática no seu blog. São campos diferentes que não se confundem. Não posso deixar de despedir alguém só porque este me fez um elogio há dois dias, como também não posso deixar de criticar as políticas do governo só porque o Primeiro-ministro referiu-se a mim como uma pessoa maravilhosa a todos os níveis.
Há aqui, portanto, um excesso de zelo no que à cordialidade diz respeito.
O debate de ideias não conhece famílias, relações pessoais e, mesmo assim, já muito sofre com o corporativismo. A liberdade de crítica é algo a que ninguém deve ter acesso condicionado, já para não falar da inutilidade da crítica da crítica e da falta de resposta ou contra-argumentação que isso pressupõe.