O Blitz errou, como sempre
A incompetência não anda só de mão dada com as promotoras. É como um vírus que ataca implacável sem discriminar.
Veja-se este exemplo da revista Blitz que envia uma fã adolescente para o espectáculo e deixa de lado o rigor que se exige a um órgão especializado. Era de esperar que o enviado do Blitz soubesse, pelo menos, que a Casa da Mariquinhas foi um tema celebrizado por Marceneiro e outros fadistas, enquanto que o que uma Ana Moura desafinada e rouca cantou foi "Vou dar de beber à dor", um tema que Amália eternizou. Se este é um erro comum na maioria das pessoas, não pode ser numa revista de música. A exigência do rigor advém da necessidasde de informar e esclarecer e não de falar do que se ouve na rua.
A reportagem e a crítica artística e cultural em Portugal são medíocres e pretensiosas. Já sabemos. Mas é incompreensível que uma entidade que promove a música popular não seja exigente com os seus funcionários na sua divulgação. Não se trata de gostar ou não de fado. Isso é uma matéria irrelevante. Trata-se sim de trabalho, pesquisa e, no fundo, de cultura.