Este vídeo remeteu-me para um dos meus mais frequentes delírios - a ideia de que a solução para o mundo seria a demolição de 90% do edificado a partir de 1969. Bem já ficava contente se, pelo menos, se levantassem os derrubados moinhos e noras (*). Como deve ser pedir muito (!?) que poupassem alguma das quintas ainda existentes. É que até o beautifull people mais intelectual, na hora de reconstruir, quer as coisas das revistas de decoração. A origem rural é um espinho sangrando na alma do português. Mais valera ser andaluz, que é bruto, cheira a cavalo mas preza quem é. Se ser moderno quer dizer varrer todo o passado ou apenas manter as partes do glamour aristocrático então prefiro ser reaccionário. Isto dito afirmo: - Óbidos é chato! «Nem tanto ao mar nem tanto à terra». Sou fã de arquitectura moderna, mesmo de alguma que alguns classificam de delirante. Por exemplo, aceito que no meio de um conjunto urbano medieval exista uma construção "jetsoniana". Não considero incompatível. Enfim, sofro muito, sou equilibrado e nada é mais estridente que o equilíbrio.
(*) Nora - nora (ó) ( o corrector ortográfico sublinha como erro as palavras nora e alcatruz ) s. f. 1. Máquina hidráulica formada por alcatruzes presos a uma corda ou corrente sem fim que mergulham de boca para baixo e sobem cheios. 2. Alg. Poço de onde se extrai água por meio de engenho. 3. Mulher casada ou viúva, em relação aos pais de seu marido. 4. Reg. Oliveira pequena proveniente de estaca.
P.S. ( o corrector ortográfico sublinha como erro as palavras noras e alcatruz )(!?!?)