Futuro próximo
Esta análise da Economist às presidenciais portuguesas é muito interessante porque assenta essencialmente em política, de facto. É qualquer coisa a que não estamos muito habituados. Os nossos analistas estão mais preocupados com o seu ego e os seus problemas dermatológicos do que com a análise política livre e lúcida.
Do Presidente da República espera-se que saiba ponderar bem o grau de crise política. Ela existe, é indesmentível, apesar do governo assobiar para o lado. É importante que o PR não contribua para o seu agravamento, mas que também não tape os olhos à incapacidade de liderança e de responsabilidade do Governo com os eleitores e os compromissos internacionais. E aqui está um dos temas que, confesso, me fez confusão não ver abordado na campanha eleitoral: a Europa.
O dia seguinte destas eleições é, sobretudo, de expectativa. Muito embora a previsibilidade de Cavaco Silva nos garanta que, pelo menos, nada de bombástico acontecerá se não houver um apoio significativo da opinião pública. E o Governo treme, claro.