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Manual de maus costumes

Manual de maus costumes

01
Jul10

A desonestidade intelectual da esquerda

jorge c.

Na boca de Manuela Ferreira Leite estas palavras teriam sido entendidas como salazarentas, reaccionárias e sabe-se lá mais o quê. Aqui está um bom exemplo de como vivemos durante 2 anos no período de maior desonestidade intelectual. É claro que sempre que o referi mudava-se o bico ao prego e passava a ser eu o mau elemento que partia para o insulto. Ora, quando uma realidade é evidente, quando a mentira está à frente dos nossos olhos, não é um insulto, é um facto. E esse facto é que tem de estar em discussão e não o suposto insulto.

Mas, deixemo-nos de queixinhas.

Ao accionar a golden share na PT o Estado está a bloquear a natural dinâmica do mercado. Ao fazê-lo - de forma legítima, claro - o Estado está ao mesmo tempo a dar uma lição de filosofia política àqueles que falam em políticas neoliberais. Portanto, se o Estado mete a pata, o neoliberalismo é uma peta. As suas políticas nunca conhecem a conclusão desejada para que esse sistema funcione plenamente. Parece-me até um pouco estranho ter de explicar isto. Mas a desonestidade intelectual e a influência demagógica da esquerda sobre os menos informados tem sido tanta nos últimos anos que se torna necessário reafirmar e insistir nestas questões básicas.

07
Jun10

A bem do Progresso: diabolizar!

jorge c.

Para defender o progresso, não se sabendo ao certo o que isso significa, a esquerda utiliza uma táctica política de rua muito eficaz: a diabolização. Ao longo dos anos essa táctica vai-se tornando cada vez mais perfeita e enraizada nessa particular mentalidade do "ser de esquerda". É uma espécie de teoria da conspiração típica das extremas, mas mais sofisticada. Um jornalista, um colunista, um artista, um político, ao assumirem-se como de direita, em Portugal, poderão estar a pôr o seu bom nome em causa. Ser de direita corresponderá automaticamente a ser nojento, um pulha, um canalha, etc, etc. A não ser que se seja a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, da interrupção voluntária da gravidez, da eutanásia, da adopção por casais homossexuais e utilizador frequente de palavrões (eu sou, estou safo). Ou seja, para a esquerda moderna, próxima do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda, ou entre os dois, uma boa pessoa de direita é uma pessoa de esquerda.

As principais vítimas desta maldição nos últimos tempos foram Cavaco Silva e Manuela Ferreira Leite. Ninguém lhes tirou o rótulo de conservadores monstruosos que queriam fechar o país dentro da Santa Madre Igreja e queimar o resto das pessoas. Disseram-se coisas inenarráveis, truncaram-se afirmações, insultou-se, criaram-se boatos de bastidores e especulou-se (tipo agências de rating) sobre hipotéticas más intenções. Enfim, diabolizou-se de tal forma a imagem destas pessoas que, a certa altura, até parecia real. Não acredito que alguém num estado de lucidez razoável fique convencido disso. A verdade é que não parece haver um estado de lucidez razoável nestas coisas. Se por um lado temos a geração castrada de Abril sempre à procura da igualdade absoluta entre homens e minhocas, reivindicadora dos direitos das sereias, por outro temos a esquerda mais moderna que pretende proceder a uma alteração estratégica das elites e a quem convém mudar o sentido da opinião pública (em abstracto).

Acontece que essa diabolização não tem correspondência na realidade. A direita portuguesa é uma direita social. Não tem qualquer comparação com movimentos políticos extremados. Mesmo a direita católica é bastante moderada, tendo ainda em conta que nos últimos 30 anos aguentou com "os beatos", a "padralhada", entre muitos outros epítetos simpáticos que, como bons cristãos, devem aceitar sem piar. Há uma espécie de Verdade à esquerda, um dogma anti-religioso e politicamente preconceituoso.

O que não se compreende, e chega mesmo a ser paradoxal, é como é que a esquerda defensora de Abril não aceita uma ideologia política contrária e como é que à falta de melhor confrontação ideológica recorre à banalidade da diabolização, ao insulto e aos atentados fictícios de carácter. Começa a ser preocupante e deixa de ser apenas patético.

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