Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Manual de maus costumes

Manual de maus costumes

26
Ago11

Não te deixarei morrer, meu querido blog

jorge c.

Não ter tempo é uma coisa muito relativa. Não ter disponibilidade mental é outra coisa. E há alturas em que não temos mesmo essa disponibilidade; em que, simplesmente, não nos conseguimos concentrar em algo. Não me apetece. A vítima é este blog. Mas não me atrevo a deixá-lo, não vá a dona da internet deixar de falar comigo, já que andaram a fazer um poiso tão catita para agora o malandro dar de frosques, como o puto que vai a casa da avó lanchar, aborrece-se e pira-se. Aqui, sim, é uma questão de tempo. Até porque o panorama é chato. Discute-se o enxofre dos dias e o fim do mundo em cuecas (sempre gostei da expressão e abuso as vezes que forem precisas). Já lá vai o tempo - no meu tempo é que era - em que se podia ser maçador e, ainda assim, ter atenção, escrever micro-ensaios sobre questões absurdas e caricatas, e falar dessa estaca de madeira para os mais sofisticados que é o amor entre as espécies. Mas, perder um blog não é deixá-lo assim ao abandono, como tem acontecido com este; não é perder leitores ou deixar o tempo correr pelo html como uma bola de cotão. Perder um blog é ficar sem ele de um momento para o outro, abruptamente, sem despedidas ou backups. Deixámos lá a memória. Enquanto o guardamos religiosamente, a memória fica salva, acompanhando todo e qualquer tempo com significados bem definidos. Guardo um velho casaco no armário (como se o pudesse vestir) e com ele - e com ela -  uma memória que é minha, só minha. É como um post, ou este poema de Jonathan Galassi. Perder um blog é como perder um filho virtual que criámos, alimentámos e vimos crescer. E com ele fomos crescendo. Um drama. Guardo, agora, este blog como um segundo ou terceiro filho para o qual não tenho, de momento, disponibilidade. Mas, desta vez, prometo-te: não te deixarei morrer, meu querido blog.

27
Mar11

They are back

jorge c.

Um dos meus blogs preferidos está de volta após ausência prolongada sem o tom trágico daquela forma muito pudica de revelar doenças em horário nobre. O Sinusite Crónica conta com alguns dos meus bloggers de eleição nessa modalidade ancestral que é escrever bem sobre a o quotidiano. Cada um a seu jeito. Sejam tão bem-vindos de novo!

17
Fev11

Hey bloggers, rock'n'roll!

jorge c.

Se calhar sou suspeito porque nunca agendei um único post. Nem sequer os edito, quanto mais. Tudo ao molho e fé em Deus, é a política que sigo desde sempre e que julgo que maior parte dos bloggers segue. Acima de tudo é a espontaneidade e a explosão do momento que dá brilho aos blogs, que lhes dá graça. Ninguém nos paga para aqui estar, isto não é um frete. Um blog não pode ser nada de demasiado sério, a não ser para quem tenha pretensões de saltar para outra plataforma: televisão, rádio ou colunas de jornais.

Por isso, está errado Rui Passos Rocha quando ensaia aqui uma retórica pró-editing e a reforça aqui com uma ajudinha. Ninguém vai de matéria estudada para o café para discutir as notícias de ontem, nem faz um estudo profundo antes de ir para o teatro ou ao cinema para no fim fazer observações sobre o que viu. Ninguém dá um espaço de dois ou três dias para dizer o que pensa sobre qualquer matéria numa conversa com amigos só para centrar ideias. A vida comum é feita de espontaneidade. A blogosfera tem mais a ver com a vida comum do que com um academismo forçado e pretensioso.

Em bom rigor, esta discussão nem faz sentido porque ninguém se pode arrogar o direito de definir a forma como os outros blogam ou deixam de blogar. Era só o que mais faltava!

17
Jan11

Das reflexões

jorge c.

A sensação com que fico muitas vezes é a de que estou a ser ignorado. Não há sensação pior do que essa. Quando escrevemos em blogs ou nas redes sociais fazêmo-lo para sermos ouvidos. Mas, o mundo online parece estar mais preocupado em concordar ou discordar do que em reflectir. Nietzsche dizia que muitas vezes recusamo-nos a aceitar uma ideia apenas porque a forma como é exposta não é do nosso agrado. Por isso, fazer um blog que tem por objectivo principal pensar os costumes é um esforço inglório.

Lembrei-me disto quando li este post do CJT. No fim do texto não sei se concordava ou não. Não é certo que tenha sempre certezas e esteja seguro de que vou ter uma opinião para dar ao mundo. Sou um entusiasta e não um narcisista. Cheguei à conclusão que ainda acredito que leio para pensar e não para confirmar as minhas pancas ou para combater inimigos.

Obrigado ao Carlos, por isso.

16
Jan11

Comentário 51

jorge c.

É indiscutivelmente um grande início de ano para a bloga com o aparecimento deste novo lugar de exposição do ridículo. A net está cheia de gente doente da cabeça e afectada, de ignorância e falta de consciência mórbida. Por vezes tem piada, outras vezes é assustador. Se há coisas em que nem devíamos pensar, quanto mais dizê-las. Mas fazer um blog destes não é fácil. Tem de haver um distanciamento total no âmbito das nossas preferências (culturais, políticas, religiosas, etc.). Daí nem todos estarem à altura do desafio por confundirem humor com as suas preferências.

 

Aí está o Comentário 51. A seguir.

16
Dez10

Guantanamo - falar do que se sabe

jorge c.

Foi meu professor. Tínhamos um problema: ele queria que eu estudasse Direito Internacional e eu queria estudar Relações Internacionais. Tive de ceder. Não sem antes dizer que eu era cínico demais para a idade que tinha. Bem, eu só disse que era perigoso o envolvimento do Mestre João Zoio nos negócios angolanos (na altura do caso Moderna). É verdade, porra! Por isso fiz um blog, para poder ser cínico à vontade.

 

Agora ele também fez um e acaba de dar uma liçãozinha daquelas que nos dava, a nós alunos, por termos a mania que éramos espertos. Naquela altura tínhamos idade para ser humilhados. Chega-se a uma certa idade em que isso é ridículo.

08
Ago10

Matem os blogs de comentário político

jorge c.

João Villalobos e Luís Naves têm blog novo. Chama-se Emoções Básicas e à partida pode ser facilmente confundido com um blog de uma quarentona deprimida com falta de sexo que projecta isso mesmo no seu intimismo lamechas. Mas não. Parece que os cavalheiros decidiram finalmente partilhar com o mundo algo que fazem muito melhor do que comentário político. Sem desfazer, por amor de Deus. Passem por lá. Aprende-se sempre qualquer coisa.

12
Mai10

é o noddy, abram alas

jorge c.

O Vieira cedeu à pressão do imperialismo bloguístico e juntou-se à sapo na mesma semana da visita do Papa, o que poderá significar muita coisa, mas eu nem sou a Palmira Silva nem sou o Pedro Arroja. Portanto, era só isso. E já agora comam muitos legumes e bebam muita águinha que isto não está para brincadeiras. Não se brinca com a saúde.

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Um blog de:

Jorge Lopes de Carvalho mauscostumes@gmail.com

Links

extensão

  •  
  • blogues diários

  •  
  • media nacional

  •  
  • media internacional

    Arquivo

    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2013
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2012
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2011
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2010
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D