Da função social das empresas
Ontem estive num almoço em que se falava de marcas, descontinuação de marcas, necessidades de inovação e carga fiscal. Não deixo de achar graça à forma como as empresas se auto-mutilam e depois ficam espantadas e nervosas com a consequência das suas políticas precipitadas. De há muito tempo para cá que foram as empresas que andaram a criar a necessidade no consumidor. Foram as empresas que, devido à necessidade de inovação, levaram o consumidor a viver de bens e produtos acessórios. O crescimento económico não pode, nem deve ser tão irresponsável.
A função social das empresas passa, também, por serem pedagógicas com o consumidor. A criação de necessidades mal equacionada poderá levar a que, mais tarde, o aumento dos impostos sobre o consumo seja um problema para todos (empresa e consumidor), as marcas pequem e morram por excesso e os produtos se tornem dispensáveis. As empresas não se podem esquecer que a sua natureza é social, que estão integradas num certo e determinado meio e que o seu objectivo (o lucro) não é obtido por obra e graça do Senhor. Por vezes, parece que se esquecem.