Notas de actualidade
1. As declarações e posições do Governo sobre política de transportes têm sido, nas últimas semnas, desastrosas. Um Secretário de Estado ou um Ministro não podem ter opiniões de taberneiro sobre um assunto que define, em rigor, os índices de urbanidade de um país. A política de transportes do Estado não é um negócio, é uma necessidade. Os riscos de prejuízo são altos e a discussão tem de ser feita. O que não pode acontecer é que a posição subjectiva de um governante que acordou revoltado com os transportes prevaleça sobre as reais necessidades da população. O taxismo começa a ser uma realidade assustadora na linguagem da governação.
2. A Greve Geral não pode ser encarada como um atentado ao desenvolvimento do país. Na base da Greve está uma reinvindicação legitimamente definida pelos trabalhadores e sem interferência do Estado, tal como dispõe o art. 57º da CRP. Não se trata, portanto, de um posicionamento político sobre uma atitude mas, antes, uma atitude sobre um posicionamento político. Os grevistas sabem, antes de mais, que qualquer despropósito reivindicativo pode valer-lhes a falta de solidariedade dos outros cidadãos, o que seria contraproducente. Uma greve é um direito e a esse direito corresponde directamente um dever, o da salvaguarda de um Estado de Direito Democrático.
Por favor, não percam a memória.