"Keep on in the jungle with your techno-cality
Keep on lapping up your chemical duty-free
'Cause I'm not worried about your state of mind
'Cause you're not the revolutionary kind"
Nunca nos conhecemos. Há quase dois anos que nos namorávamos de post em post, de dedicatória em dedicatória. Era como um velho amigo, mas um amigo de letras, da bondade e da beleza das frases. Cultivei por ele um respeito e uma admiração difíceis de acontecer sem uma relação pessoal. Tal como eu, gostava dos pormenores dos despropósitos e via o que a cortina escondia da grande cidade. Sempre sem rancor. Talvez por isso não encontre melhor canção.
Muita coisa há a dizer sobre assuntos mas a minha vida é um festival de cinema pelo que terão de esperar até Domingo ou Segunda. Entretanto, podem ler a resposta que o Prof Azeredo Lopes teve a amabilidade de me dar por absoluta compaixão, como poderão ver. Ainda assim eu fico agradecido porque uma pessoa na minha posição quer é aparecer e, no fundo, só precisa de atenção. Responderei com mais calma porque a conversa vale a pena. Até lá, fiquem com cultura.
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Toda a gente queria fazer música como os Nirvana ou como os Clash. Eu queria fazer como o Captain Beefheart. So long!
Bastaram dois discos. Estava lá tudo: um manual de cinismo e filosofia de café. A bem dizer, bastou-me uma frase que ouvi na rádio logo após a primeira malha de guitarra. "A man was standing on the top of his head looking down through the ruins of love anda welfare state. Oh, what a mess to contemplate".
Quando estamos no final da adolescência, prontos para deixar de dramatizar (é um processo longo de desmame), estas coisas fazem todo o sentido. Até porque bebemos para isso. É o culto de uma nova forma de inteligência que acabou de encontrar expressão num disco brilhantemente intitulado Fossanova. E é isso mesmo, a sátira cobarde ao nosso drama.
Poucos compreenderam a banda que chegava de fato para brindar a decadência consentida. Belle Chase Hotel foi um fenómeno incompreendido e talvez ainda o seja, hoje, num país que convive mal com a ironia e a genialidade do auto-sarcasmo. Mas quando falamos deste gang de Coimbra, não podemos deixar de lembrar a sua estética e a personalidade descomprometida. Era como uma injecção ingenuamente pretensiosa de história da música.
Que a noite de Sexta-Feira passada seja aquilo que era anunciado logo no início de 1999: um longo e quebrado cabaret.
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